Decisão do STJ - condenação do município de Guarulhos (SP) indenizar criança que sofreu danos permanentes na perna - após receber injeção em posto médico administrado pela prefeitura Blog Ana Lucia Nicolau - Advogada Decisão do STJ - condenação do município de Guarulhos (SP) indenizar criança que sofreu danos permanentes na perna - após receber injeção em posto médico administrado pela prefeitura

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Decisão do STJ - condenação do município de Guarulhos (SP) indenizar criança que sofreu danos permanentes na perna - após receber injeção em posto médico administrado pela prefeitura

Condenação do município de Guarulhos (SP) indenizar criança que sofreu danos permanentes na perna


Indenização. Esse é o tema dessa postagem. Mais especificamente; decisão do STJ sobre condenação do município de Guarulhos (SP) indenizar criança que sofreu danos permanentes na perna - após receber injeção em posto médico administrado pela prefeitura.

Sobre a decisão

Interessante decisão, tomada pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, no REsp 1806813/SP, mantendo condenação do município de Guarulhos (SP) a pagar pensão vitalícia e indenização por danos morais de R$ 20 mil a uma criança que, após receber injeção em posto médico administrado pela prefeitura, sofreu danos permanentes na perna em que a medicação foi aplicada.

Sobre o caso

De acordo com o processo, a criança foi levada pela mãe à Santa Casa de Guarulhos com febre alta e tosse. Ela foi diagnosticada com pneumonia e, em atendimento posterior, no posto médico, recebeu uma injeção de benzilpenicilina benzatina que atingiu o nervo ciático. Após a administração do medicamento, a criança passou a apresentar problemas na perna, que resultaram em incapacidade parcial permanente.

O município de Guarulhos recorreu ao STJ alegando que as disposições do CDC não se aplicariam ao processo. Também questionou o valor da indenização por danos morais e a fixação de pensão mensal vitalícia.

Entendimento do julgado

O entendimento do julgado foi o de que, embora essa possibilidade não tenha sido expressamente contemplada pelo Código de Processo Civil, a interpretação sistemática da legislação – inclusive do próprio CDC – confere ampla legitimidade à aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, segundo a qual esse ônus recai sobre quem tiver melhores condições de produzir a prova, conforme as circunstâncias de cada caso.

Além disso, a jurisprudência do STJ no sentido de que a revisão dos valores fixados a título de danos morais só é possível quando o montante for exorbitante ou insignificante, em flagrante violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade – o que não foi constatado no caso dos autos.

No tocante à pensão vitalícia, Herman Benjamin apontou que, "como cediço e acertadamente decidido" pelo tribunal paulista, "em casos de incapacidade permanente, como noticiado nos autos, o pagamento de pensão deve ser vitalício.

Divulgação da decisão

A decisão foi divulgada, no site do STJ, em uma notícia com o título “Município de Guarulhos (SP) indenizará criança que sofreu lesão permanente ao tomar injeção”.

Final

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